Quinta, 28 Janeiro 2010

Crianças teriam sido abandonadas pela mãe

Três crianças teriam sido abandonadas pela mãe, a dona de casa Poliana da Silva, na tarde do último domingo, 24, próximo ao balneário Jacuba, em Araguaína. A mãe das crianças teria levado uma quantia em dinheiro que ela conseguiu arrecadar em programas de TVs locais. Poliana contava que iria levar um dos filhos para o Estado de Goiás, onde faria um tratamento das queimaduras de terceiro grau sofridas pela criança. Os três foram resgatados pelos conselheiros tutelares na segunda-feira, depois de uma denúncia anônima. Após passar pela casa de parentes, as crianças foram levadas via medida judicial para a Casa de Acolhimento Ana Carolina Tenório.

No momento do resgate, o conselheiro tutelar Marcelo Gama disse que o pai das crianças, Antônio Pereira da Silva, estaria alcoolizado e teria se trancado dentro de casa, deixando as crianças do lado de fora. As crianças têm onze meses, dois e seis anos. A de dois anos sofreu queimaduras de terceiro grau com álcool em 80% do corpo, segundo o conselheiro, por negligência dos pais. “A mãe sempre utilizou das crianças para se beneficiar” disse ele.

O conselheiro afirmou ainda que a mãe teria conseguido ir até Goiânia (GO) e realizado apenas uma consulta com a criança. Antes de começar o tratamento, ela teria voltado para Araguaína e depois fugido sem deixar o paradeiro. “Ela não teve preocupação com a criança, o que agravou as lesões”, afirmou o conselheiro.

Quando questionado sobre a possibilidade do retorno das crianças para os braços dos pais, o membro do conselho informou que é mínima. “Os pais serão julgados e dificilmente acho que retornarão. Há possibilidade de ir para algum parente, desde que o familiar tenha disponibilidade”, resumiu.

CUIDADOS
Na primeira noite no abrigo, segundo a coordenadora da Casa, Maria Aparecida dos Santos, a criança que sofreu as queimaduras teria chorado muito e não se separava da irmã. “Ela foi tirada do seu habitat natural e, por estar com lesões abertas, chorou muito”, ressaltou. Maria Aparecida disse que a casa recebe crianças em situação de risco, geralmente oriundas de famílias desestruturadas. “E quem acaba pagando por isso são as crianças” concluiu.

Fonte: Jornal do Tocantins