Quinta, 04 Fevereiro 2010

Reassentados de são Francisco vivem descaso

Em torno de 51 famílias estão vivendo sem assistência médica no reassentamento São Francisco, em Porto Nacional, a 45 quilômetros de Palmas. Os reassentados contam que o posto de saúde do lugar há três meses está abandonado. “Os banheiros estão sujos, o matagal tomou conta do lugar e os morcegos invadiram aqui. O lugar está totalmente abandonado pelo poder público”, afirmou um dos reassentados, o agricultor Osmar Oster, 57 anos, mostrando o posto para a equipe de reportagem do Jornal do Tocantins.

Segundo os moradores, quando tem uma equipe para atender à população, algumas famílias são discriminadas, pois o lugar é dividido pelo córrego Chupé. Desta forma, geograficamente, o reassentamento ocupa os municípios de Porto Nacional, a 60 quilômetros de Palmas e Monte do Carmo, 89 quilômetros da Capital, uma divisão que segundo os moradores prejudica a saúde deles.

Pai de oito filhos, o lavrador Adesvaldo da Silva, 43, conta que cinco estão doentes, mas o local não oferece atendimento médico. Silva ressalta que várias vezes tentou uma consulta nos postos de saúde de Porto Nacional, mas não conseguiu. “Eles dizem que precisamos de um encaminhamento. Fico triste em ver meus filhos assim”, comentou.A dona de casa, Maria Martins, 31 anos, conta que sua filha está com uma alergia no corpo, mas ela não sabe o que fazer. “Não tenho condições de levar minha filha na cidade”, afirma.

Prefeitura
A secretária executiva da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Nacional, Diva Cardoso, confirma que o posto de saúde não está ativo e que a pasta não tem previsão de quando voltará a funcionar. “A secretaria não tem condição de manter médico na zona rural, mas, existe uma equipe médica que mensalmente vai ao reassentamento para atender os moradores”, afirmou. A secretária disse ainda que os moradores não precisam de encaminhamento para serem atendidos nos postos de saúde de Porto Nacional. Quanto a divisão geográfica dos assentamentos, Diva destacou que não existe a divisão citada pelos moradores.

Em entrevista à TV Anhanguera, o promotor do Ministério Público de Palmas, José Maria da Silva Júnior, disse que telefonou para o promotor Prudente Júnior, de Porto Nacional, pedindo atenção para o caso. Em Porto, a promotoria teria conseguido o compromisso da secretária Diva Cardoso, de que as crianças dos dois municípios sejam atendidas hoje, apesar de ter informado na tarde de ontem à equipe do JTo que uma nova visita da equipe médica só iria acontecer no dia 24 de março.

Saiba mais

Determinação
O Ministério da Saúde define como responsabilidade do município definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território; contratualizar o trabalho em atenção básica; manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência); co-financiar as ações de atenção básica; entre outros.

Fonte: Jornal do Tocantins