Violência Impacta Mais Meninas em Palmas, Segundo Boletim 2022
Izadora Porto/Assessora de Comunicação
Um boletim recente divulgado pela Secretaria de Saúde de Palmas apresentou informações detalhadas sobre os casos de violência interpessoal e autoprovocada ocorridos no município ao longo do ano de 2022. Os dados coletados a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), oferecem uma visão alarmante: crianças e adolescentes do gênero feminino são os mais atingidos por diversos tipos de violência na cidade.
Entre as informações, o relatório apresentou maior índices de notificações nos casos de tentativas de suicídio e violência sexual com o público infantojuvenil feminino, um indicativo da necessidade urgente de ações de prevenção e apoio direcionadas a esse grupo vulnerável da população. Segundo a Consultora técnica do Cedeca Glória de Ivone, LaidyLaura P. de Araújo, o maior número de casos registrados se concentram nos territórios de Taquari, Liberdade, Aureny III, Santa Barbara, Novo Horizonte, Santa Fé, Morada do Sol e Bela Vista, totalizando 578 casos notificados, enquanto a Região Norte de Palmas 293 casos, e a Região Sul 342 casos.
Unidade de Saúde da Família, localizada no setor Jardim Taquari, entre as que mais notificaram violência. (Foto: Reprodução/divulgação)
“Esse quadro evidência que as violências estão presentes em todas as regiões da capital, o que exige medidas urgentes por parte da gestão municipal para o enfrentamento. Também é preciso ampliar os serviços especializados, como, por exemplo, a instalação e funcionamento do CAPS Infanto juvenil, que deveria ter sido entregue pela prefeitura de Palmas no primeiro semestre deste ano”, afirma.
Ainda de acordo com esse panorama, LaidyLaura explica que os dados são uma reafirmação das observações e estudos feitos no setor Jardim Taquari pelo Cedeca no ano de 2021. “ Os dados do Boletim refletem a Análise Situacional dos Direitos da Criança e do Adolescentes (ASDCA), levantamento que realizamos no território de Taquari, com o apoio da KNH. Ele revelou que a violência sexual e o isolamento são ainda os principais problemas existentes naquele território.
A consultoria explica que os dados devem servir de termômetro para que a Gestão Municipal adote medidas em longo, curto e médio prazo com vistas ao enfrentamento das situações de violências, sobretudo no eixo da prevenção e cuidado. Sendo ainda essencial estabelecer estratégias intersetoriais, que coordenem ações entre os setores como saúde, educação, assistência social, aprendizagem e profissionalização, cultura, esporte e lazer. Ou seja, somente por meio de uma abordagem articulada e colaborativa será possível combater eficazmente as raízes da violência e garantir um ambiente seguro para todas as crianças e adolescentes em Palmas.
Para conferir a íntegra do Boletim Epidemiológico, acesse o Observatório do Cedeca, plataforma de trabalho da Organização que prevê o desenvolvimento de diagnósticos situacionais, estudos e pesquisas, bem como a disseminação de conhecimento no campo dos direitos humanos de crianças e adolescentes.
