Segunda, 15 Março 2010

Pretendentes passam por análise psicológica

Uma parte do processo para quem quer se habilitar à adoção é a de análises psicológicas, observações estas que determinam se os pretendentes são aptos, ou não, a levar para o âmbito do lar uma criança. De acordo com a psicóloga do Juizado de Palmas Luciane Leão, engana-se quem pensa que a condição financeira para dar conforto à criança é o item de maior importância. “Não nos cabe avaliar se os interessados são ricos ou têm pouca condição financeira, nós avaliamos, sim, a real motivação da busca pela adoção.” Para a psicóloga, é levado mais em consideração a questão moral e emocional do que econômica.

A análise e o acompanhamento psicológico exercem um papel fundamental durante todo o processo que determina quem é apto a adotar, relata Luciane. “O processo avaliativo tem como objetivo constatar o ambiente favorável para o bem-estar da criança a ser adotada, porém, ele não se limita ao que diz o próprio nome. Há, também, a motivação e a orientação dada aos pretendentes.”

Assim como há diferentes tipos de pessoas que procuram a adoção, há diversos perfis de crianças que esperam ser adotadas, e é justamente o choque destas expectativas que deve ser ponderado no momento de escolha, para que não ocorram as adoções pelo que é mais ‘fácil’, e, sim, pelo que é necessário, explica a psicóloga. “Normalmente, os pretendentes dão preferência aos recém-nascidos, pois a adaptação é imediata. Entretanto, o maior número de crianças aguardando uma nova família tem quatro, cinco anos, o que se enquadra no que chamamos de ‘adoção tardia’”, conta, explicando que esta é mais complexa, pois a criança já possui alguma subjetividade. “E, neste caso, a adoção, literalmente, parte dos dois lados.”

Segundo Luciane, os casos de adoção remetem à criação de uma idealização de sonhos, cabendo aos psicólogos mostrar que o ato estabelece apenas a criação de uma família normal, que vive prós e contras como as outras. “Toda família vive problemas, e a chegada de uma criança muda rotinas, gera reestudo de horários, estabelecimento de novas prioridades. Ou seja, nada que fuja à normalidade da vida.”

Fonte: Jornal do Tocantins