Quinta, 12 Mai 2011

Audiência Pública sobre o crack

Com a participação dos três poderes, propostas sugerem ações preventivas e de atendimento a dependentes.

Propostas na linha preventiva e de atendimento a dependentes químicos. Essas foram as recomendações para os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e à sociedade em geral feitas em audiência pública sobre o crack - e outras drogas - realizada ontem na Assembléia Legislativa.Entre as sugestões, estão um pedido para que o Estado não patrocine mais eventos com bebidas alcoólicas. Além disso, foi cobrado, de todos os envolvidos, incentiva à formação de terapeutas comunitários para todos os municípios do Estado.
O encontro foi um espaço para discussão a respeito da ação devastadora do crack e de outras drogas, com vistas para a situação dos entorpecentes no Estado. Com o tema Crack, tire essa pedra do caminho, o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Tocantins, Glória de Ivone (Cedeca-TO), promoveu a audiência em que participaram, além dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público Estadual (MPE) e sociedade civil em geral.
O evento contou com a presença da diretora da unidade Tocantins da Organização Jaime Câmara, Fátima Roriz, e da administradora da Fazenda da Esperança, Magda Valadares.

A coordenadora-geral do Cedeca-TO, Simone Brito, destacou a audiência como um espaço amplo de discussões que permitiu a elaboração de uma agenda compartilhada de ações para enfrentamento da situação no Estado. "É preciso uma articulação de todos os órgãos e pessoas. O Cedeca trabalha com crianças e adolescentes, nosso foco é vida saudável, projeto de vida e vida sem risco", ressaltou a coordenadora.

Palestras
 no evento

Palestrantes falaram sobre experiências de enfrentamento ao crack, vividas em outros Estados. O farmacêutico-bioquímico, Jorge Barbosa da Silva, de Florianópolis (SC), que é mestre em Programa de Prevenção ao Uso de Drogas, iniciou a audiência com a palestra Panorâmica sobre as drogas com enfoque no Crack: um olhar interdisciplinar. Um dos pontos abordados por ele foi o papel das redes sociais de internet na indução e prevenção ao vício de drogas.

CUFA

O evento também trouxe ao Tocantins o presidente da Central Única das Favelas no Brasil (Cufa-Brasil), Preto Zezé, para relatar experiências vividas no estado do Ceará, onde o enfrentamento das drogas se baseia em ações integradas com governo e comunidade. "O crack é um problema com tantos desdobramentos, e os danos sociais são tantos, que são necessárias várias redes de ações envolvendo família, religião, instituições, sociais, culturais", frisou.
Outro ponto ressaltado por Preto Zezé foi com relação a questão dos pontos de vendas de drogas. "Pesquisas de ponto de venda são vistas com o olhar policial, o que é parte do problema. As ações de repressão podem fechar uma bocada e prender um cara que está vendendo ali. Mas o grande ciclo continua e as pessoas que necessitam do uso da droga também. Não é um problema de polícia somente, é um problema de saúde, das famílias. É necessário uma rede mais ampla", ponderou.

Oxi

O delegado estadual do Grupo de Repressão a Entorpecentes (GRE), Rossílio Souza Correia, reforçou a ideia da localização geográfica do Estado facilitar o fluxo de drogas. "O crack se difunde de forma alarmante. A polícia sozinha não consegue resolver o problema. Tem que estar todo mundo unido", destacou. O delegado ressaltou o apoio da sociedade nas últimas apreensões de drogas no Estado, que se deram através de denúncia anônima.
Sobre possíveis apreensões de oxi no Estado, droga derivada do crack, o delegado negou que tenha havido apreensões na Capital, mas que não tem conhecimento no Estado.

(Fonte: www.jornaldotocantins.com.br)

Em relação as propostas feitas na audiência para o enfrentamento do Crack e outras drogas, essas serão publicadas logo após a sistematização das mesmas pela equipe do CEDECA Glória de Ivone.